A proposta deste texto é descrever resumidamente o caminho percorrido pela AMA – Associação de Amigos do Autista, desde sua fundação em agosto de 1983 até o desenvolvimento da atual metodologia do “Sistema Educacional e Terapêutico da AMA”.
O primeiro atendimento da AMA para crianças com autismo foi realizado no quintal de uma Igreja Batista, em maio de 1984, momento em que as dificuldades ligadas ao atendimento de pessoas com autismo foram fortemente sentidas. Essa experiência conscientizou aquele grupo determinado de pais, a pesquisar quais seriam os melhores tratamentos para pessoas com autismo no mundo. Com esse objetivo, em meados de 1988, com a ajuda do Governo Brasileiro, a AMA organizou uma viagem de pesquisa metodológica para a Europa e os Estados Unidos.
Depois de visitar vários países, a AMA constatou – na época – que a metodologia com os melhores resultados na maioria dos países visitados, era o método TEACCH – Treatment and Education of Autistic and related Communication handicapped Children ou Tratamento e Educação de Crianças com Autismo e Problemas de Comunicação Correlatos. Esse método, criado nos anos 60 pela equipe de pesquisa do psicólogo Eric Schoppler, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte nos Estados Unidos; foi desenvolvido para ser aplicado em salas especiais de escolas públicas americanas.
Para aprimorar seu método e agregar conhecimento, a AMA realizou o V Congresso Mundial de Autismo, em 1991, com mais de 1.500 participantes e presenças ilustres como o Dr. Eric Schoppler e Margaret Lansing, criadores do método TEACCH, o Dr. Bernard Rimland dos EUA, Dr. Renèe Diatkine da França e Dr. Angel Rivière da Espanha, entre outros.
Depois do Congresso, o Dr. Eric Schoppler visitou a AMA e aconselhou um aperfeiçoamento no método TEACCH, feito logo em seguida, ao final de 1991, com o Dr. Thomas Mates do Centro TEACCH e no início de 1992, com dois renomados profissionais dinamarqueses: Mogens Kaas Ipsen e Klaus Toft Olsen.
O TEACCH trouxe uma grande contribuição ao trabalho desenvolvido pela AMA que – ao mesmo tempo – acompanhava a evolução e consolidação do método ABA – Applied Behavior Analisys em todo o mundo.
No ano 2000, a AMA recebeu durante um ano a consultoria das psicólogas brasileiras Paula Braga Kenyon e Daniela Fazzio e do psicólogo americano Shawn E. Kenyon, profissionais com vasta experiência no método ABA, tendo trabalhado por mais de 10 anos em uma das maiores instituições dedicadas ao tratamento do autismo nos Estados Unidos. Eles prestaram essa consultoria durante um ano, aplicando o ABA diariamente nos assistidos e capacitando os profissionais da AMA.
A metodologia utilizada para compor o “Sistema Educacional e de Tratamento da AMA”, foi organizada pelo CCA – Centro de Conhecimento da AMA, que reuniu o que há de melhor nos dois métodos, somados a importantes contribuições de outras disciplinas e teorias, como os fundamentos do Ensino Montessoriano. A premissa básica é a padronização do trabalho, para facilitar a capacitação dos profissionais e a comparação científica dos resultados.